DO FILME "CAVALO DE TURIM"
RETENHO
PARA MIM
UM OBJECTO
ESTRANHO
QUE DE MODO
QUASE DISCRETO
ME LEVOU EM DIRECTO
AO UNIVERSO
BERGENIANO
COMO UM VERSO
ONDE DEMANDO
ALGUMAS DAS VERTIGENS
DAS MINHAS ORIGENS
NO TEMA CINEMA
NUM TEMPO
EM QUE O VENTO
FOI O PERSONAGEM
DA GRANDE MENSAGEM
QUE NOS ACARICIA
COMO VENTANIA
NO RUGIDO
DO VENTO
A QUE ESTOU ATENTO
SENTINDO-ME PERDIDO
E
POUCO A POUCO
QUASE LOUCO
SEGUINDO O ENREDO
QUE MANTÊM O SEGREDO
DE NÃO SER O QUE PARECE
NEM O QUE ACONTECE
ATÉ QUANDO SE DESCREVE
O CAVALO EM GREVE
NUM DIA A DIA
QUE CONDUZ
À AGONIA
ONDE SE INDUZ
A EXISTÊNCIA
DA SOBREVIVÊNCIA
EM QUE SÓ A BATATA
A FOME MATA
NUM OLHAR PERDIDO
NO HORIZONTE
ACONTECIDO
DE FRONTE
DE NÓS
ONDE NOS SENTIMOS SÓS
NUMA ROTINA
QUE TUDO MINA
COMPLETAMENTE CERCADO
PELOS HORRORES
DE PREDADORES
COM INSTINTO
DO TEMPO EXTINTO
DA TERRA
EM QUE A AVENTURA
QUE ERRA
NÃO DURA
MAS PROCURA
VOLTAR
PARA ANIQUILAR
NUM DIA APÓS DIA
EM QUE A MONOTONIA
CHEIA DE ENGANOS
ATÉ COM A CHEGADA DOS CIGANOS
QUE DEIXAM RECADO
COM O LIVRO SAGRADO
E
DEPOIS MUITO MUDOU
O POÇO SECOU
TUDO PIOROU
ATÉ QUE ACONTECEU
O ESCURO COMO O BREU
O FILME CHEGOU AO FIM
DOS SEUS
SEIS DIAS
DE DESARMONIAS
E
AO SÉTIMO COMO DEUS
DESCANSOU
UM VISÃO
DE DESCRIAÇÃO..
(*) Filme premiado pelo URSO DE PRATA em Berlim.
(**) A 3 de Janeiro de 1886.o filósofo NIETZSCHE,viu em Turim o castigo de um cavalo , ficando tão deprimido que morreu, sendo as suas ultimas palavras "Mãe sou muito estúpido".
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