quinta-feira, 15 de março de 2012

--TEATRO--VERMELHO (*)

O AJUDANTE FEDELHO

VÊ O VERMELHO

O ARTISTA JÁ VELHO

SENTE-SE ULTRAPASSADO

FIXADO NO ENCARNADO

E

QUANDO NÃO AGUENTA

 TEM VISÕES DE MANGUENTA

TERMINANDO NUM FIM

DE CARMIM

TENDO CONCLUÍDO

UM SUICÍDIO

QUASE PREGUIÇOSO

NÃO LUMINOSO

ONDE A LUZ

FORTE

INDUZ

A MORTE

NUMA COR

A PEDIR PUDOR

COM AS CORES PRIMÁRIAS

A SEREM ÁRIAS

DE UM MUSICAL

CELESTIAL

APESAR DE HAVER

MUITO ARTISTA

VIGARISTA

A VENDER

O MAU GOSTO

A QUE O CRITICO TOMA O GOSTO

POR ISSO APOSTO

QUE ESSE PINTAR

É

VOMITAR

PORQUE ACREDITO

QUE O BOM PINTAR

É

INFINITO

NUM EGO ENORME

QUE NÃO DORME

MAS NOS COME

NUM OLHAR

ACTIVO

O TAL OLHAR

SIGNIFICATIVO

DE VENERAÇÃO

E

CONTEMPLAÇÃO

NUM MUNDO

REAL

QUE NO TEMPO ACTUAL

SE JULGA PROFUNDO

MAS PROCURA

NA PINTURA

ESPECULAÇÕES

PARA AS SUAS MÁS ACÇÕES

FINANCEIRAS

SOMENTE INTERESSEIRAS

NUMA SOCIEDADE DOENTE

QUE SE FINGE INTELIGENTE

OLHANDO A PINTURA

NÃO COMO A ARTE DE SONHAR

MAS UM MODO DE DISFARÇAR

UMA ENVOLVENTE LOUCURA.






(*)No Teatro Aberto a peça de John Logan,sobre o pintor MARK ROTHKO,quando em1958 em Nova Iorque aceita uma grande encomenda,é encenada por João Lourenço com António Fonseca (Mark Rothko) e João Vicente (Ken).

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